Na Itália, cardeal acusado de corrupção nega ligação a fraudes imobiliárias
O cardeal-arcebispo de Nápoles, Crescienzo Sepe, ex-administrador do imenso patrimônio imobiliário do Vaticano, clamou inocência nesta segunda-feira ante suspeitas de corrupção agravada, em meio a um escândalo que custou o cargo a um ministro do governo Berlusconi.
"Agi sempre com a maior transparência", afirmou o cardeal, em Nápoles, sobre sua gestão, de 2001 a 2006, da Congregação para a Evangelização dos Povos, uma das mais poderosas do Vaticano -- proprietária de 2.000 apartamentos em Roma que, segundo dados oficiais de 2009, renderam ao Vaticano 56 milhões de euros em aluguéis [R$ 122 milhões].
O cardeal afirmou que sempre trabalhou "com balanços aprovados pela Secretaria de Estado" e que, ao término de seu mandato recebeu elogios por meio de uma carta recebida pela cúpula da Igreja. As declarações foram atribuídas a Sepe numa entrevista coletiva realizada em Nápoles.
Segundo o advogado de Sepe, Bruno Von Arx, "não há nada de significativo criminalmente" na administração do cardeal, retirado da chefia da congregação em 2006 pelo papa Bento 16 e enviado a Nápoles, como arcebispo da cidade.
Em entrevista coletiva em Nápoles, Sepe disse que trabalhou sempre tendo em mente os católicos. "Eu sempre agi com boa consciência, meu único objetivo foi o bem da Igreja", afirmou, acrescentando que recebeu dezenas de ligações em apoio da Igreja Católica e de oficiais do Vaticano.
Sepe, que como cardeal goza de imunidade diplomática, segundo a Concordata assinada entre a Itália e o Vaticano (convenção entre o Estado e a Igreja acerca de assuntos religiosos de uma nação) anunciou domingo que colaborará com a justiça italiana, pelo que será ainda ouvido pelo ministério Público de Perugia.
Fonte: Folha / HD News

















