Após conversa com Pastor Marcos Pereira, homem que pichou o Cristo Redentos se entrega a polícia
O pintor de paredes Paulo Souza dos Santos, de 28 anos, confessou ter  pichado a estátua do Cristo Redentor, na noite de 14 de abril, e afirmou  que vai se entregar à polícia na próxima segunda-feira (26).
A confirmação foi feita nesta quarta-feira (21) pelo pastor Marcos Pereira da Silva, que realiza  trabalhos de evangelização em favelas, e a quem o pintor procurou para  pedir apoio. 
Segundo o dirigente da  Igreja Assembléia de Deus dos  Últimos Dias, seu advogado, Alexandre Magalhães, procurou a titular da  Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio  Histórico da Polícia Federal e ficou acertado que Paulo se apresentará  na segunda-feira (26).
“Ele está arrependido e isso deve ser levado em consideração”,  acredita o pastor. Paulo está escondido na casa de um  amigo, temendo sofrer algum  tipo de hostilidade.
Além de Paulo, a polícia apontou Edmar Batista de Carvalho, de 26 anos,  como o outro pichador do monumento. Os responsáveis pelo vandalismo  serão acusados por crime ambiental e injúria discriminatória e, se  condenados, podem pegar até quatro anos de prisão.
A estátua do Cristo  Redentor amanheceu pichada na  quinta-feira (15) em parte dos braços e na face. As pichações diziam  “Onde está a engenheira Patrícia?” e “Quando os gatos saem os ratos  fazem a festa”. 
A entrega
Com cara de arrependido, voz embargada, e demonstrando alguma  surpresa pela recompensa que ofereceram por sua captura, o pintor de  paredes Paulo Souza dos Santos, de 28 anos, confessou, na noite desta  quarta-feira (21), que pichou a estátua do Cristo Redentor na noite de  quarta-feira (14). Ele admite que não esperava que isso fosse causar  tanta repercussão e, ao lado do pastor Marcos Pereira da Silva, a quem  procurou para pedir apoio, foi orientado a se entregar à polícia nesta  quinta-feira (22).
“De repente acordei e me senti um traficante, procurado, criminoso. Sou  trabalhador, chefe de família, não esperava isso. Sei que estou errado.  Pedi perdão à Deus e quero pedir também a todas as pessoas. Não tenho  preconceito contra nenhuma religião e nem sou racista”, diz 
Inicialmente, ele pensava em se entregar na segunda-feira (26).
Morador de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, Paulo é casado, pai de  um filho de quatro anos. A mulher do ex-soldado do Exército está grávida  de quatro meses. Segundo ele, sua família ficou indignada quando soube  que ele era o autor da pichação.
Sem querer comprometer o outro rapaz que teria participado da pichação –  “Eu respondo por mim” -, Paulo não sabe explicar bem por que pichou as  frases “Onde está a engenheira Patrícia” e “Quando os gatos saem os  ratos fazem a festa” deixadas no monumento. 
“Foi só um protesto para alertar sobre pessoas desaparecidas”, tenta  justificar. O outro suspeito foi identificado pela polícia como Edmar  Batista de Carvalho, de 26 anos.
Crime ambiental
Os responsáveis pelo vandalismo serão acusados por crime ambiental e  injúria discriminatória e, se condenados, podem pegar até quatro anos de  prisão. 
“Pensei em colocar uma faixa, só depois resolvi fazer a pichação  com o spray que estava comigo”, contou o pintor. No entanto, admite que,  quando viu as câmeras de seguranças –  não sabia que estavam desligadas – cobriu o rosto com a camisa antes de  subir nos andaimes das obras de reforma da estátua.
O advogado Alexandre Magalhães, que acompanhou as declarações do  pintor ao lado do pastor Marcos e do  cantor Waguinho, integrante da Igreja Assembléia dos Últimos Dias,  espera que ele responda pelas acusações em liberdade. 
“Ele está disposto a se apresentar e contar toda a verdade. É  trabalhador e tem residência fixa. Além disso, não tem passagem pela  polícia”, disse o advogado.
Fonte: G1 / HD News

















